sábado, 26 de janeiro de 2008

Acusados por mortes na UFMT


A Polícia Federal solicitou neste sábado a prorrogação da prisão preventiva de Jaeder Silveira dos Santos e Jorge Tabory, acusados de serem o executor e mandante do triplo homicídio de três servidores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no campus de Rondonópolis, em novembro.
Neste sábado, a Polícia Federal encaminhou à Justiça Federal e ao Ministério Público Federal (MPF) o inquérito que apura o crime. Os dois acusados estão detidos temporariamente. Jaeder Silveira dos Santos no presídio do Paschoal Ramos, em Cuiabá, e o Tabory na cadeia pública de Rondonópolis.

A PF informou que a prisão deles é fundamental para esclarecimento do caso. A pró-reitora da UFMT, Soraiha Lima Miranda, o professor de zootecnia Alessandro Luiz Fraga e o prefeito do campus, Luis Mauro Pires Russo foram assassinados no dia 27 de novembro, por volta das 23h30, na frente da casa da pró-reitora na cidade de Rondonópolis (MT).

"As investigações continuam. Existem indícios de que possa haver o envolvimento de outras pessoas. Temos comprovado pela perícia técnica que a arma apreendida com Jaeder Silveira dos Santos, um revólver calibre 357, e os projéteis encontrados no local do crime e no corpo das vítimas, realmente saíram daquela arma. Ele também confessou o triplo homicídio e que agiu a mando de Jorge Tabory. Além disso, temos outras provas técnicas que não podemos revelar", disse o presidente do inquérito, o delegado da PF em Rondonópolis, Paulo Repetto.

Na prisão de Jaeder Silveira dos Santos foram apreendidos dois aparelhos celulares das vítimas (da pró-reitora e do professor de zootecnia). O primeiro estava em poder do assassino e segundo com um amigo dele. Os dois acusados têm uma relação próxima, pois Jorge Tabory é amante de Juliana dos Santos Silva, prima de Jaeder Silveira dos Santos. Tabory possui dois filhos com a prima de Santos.

Paulo Repetto informou que a pró-reitora Soraiha Miranda de Lima possuía várias inimizades e desafetos no campus de Rondonópolis, principalmente porque estava reunindo um material relativo a irregularidades na universidade para elaboração de um dossiê. "Existe a possibilidade de mais pessoas, em associação a Jorge Tabory, terem participado para a prática do crime", diz Repetto.

De acordo com o presidente do inquérito, o crime teria sido motivado porque a pró-reitora estava dificultando a prestação de serviço de um lava-jato que Tabory era proprietário, mas estava no nome de Valdir de Carvalho. O suposto assassino, Jaeder dos Santos Silva, teria confessado o crime e dito que receberia R$ 3 mil para executar o serviço que Jorge Tabory havia encomendado.

Jorge Tabory é motorista concursado da UFMT e possuía o cargo de chefe do departamento de transportes. O delegado Paulo Repetto relatou que existem provas de documentos que mostram o empenho de notas fiscais desde o ano de 2005, onde mostra o serviço de lavagem, polimento de carros entre outros. Segundo o superintendente da PF, Oslaim Campos Santana. a polícia também pretende investigar a existência de irregularidades no departamento de transportes, onde Tabory era chefe.

Segundo investigações da PF, o lava-jato funcionava na casa de Tabory e ele emitiria as notas fiscais. A partir de 2007, a pró-reitora decidiu que para ser executado qualquer serviço no lava-jato seria necessária a apresentação de uma requisição por parte da universidade, ao invés de ele apenas apresentar a nota fiscal no final do mês com todos os serviços executados.

"Existem documentos que mostram que o faturamento anual do lava-jato variava de R$ 4 mil a R$ 8 mil. A pró-reitora pretendia encerrar o contrato com Tabory. Ela estudava a viabilidade da construção de um lava-jato dentro do campus, no qual seria feita uma concorrência pública (licitação) para escolher a empresa que prestaria o serviço. Havia também a possibilidade de o serviço ser efetuado pelos próprios servidores da UFMT", diz o delegado.

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